terça-feira, 28 de julho de 2009

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Cemitério de Pianos

Cemitério de pianos é o quarto romance de José Luís Peixoto lançado em Portugal em Outubro de 2007. É baseada na história real do atleta Francisco Lázaro.

O Autor admite que esta é a sua obra mais feliz (apesar do título), e evoca a transcendência como o tema principal do livro.






Os narradores – pai e filho –, em tempos diferentes, que se sobrepõem por vezes, desvendam a história da família. Falam de morte, não para indicar o fim, mas a renovação, o elo entre as gerações e a continuação: o pai – relação entre dois Franciscos, iguais no nome e no destino, por um gerado, do outro genitor – nasce no dia da morte desse primeiro Lázaro; o filho, neto do seu homónimo, morre no dia em que a sua mulher dá à luz.

A obra retrata uma familia de Benfica (Lisboa) e, aborda a morte como não apenas o fim, mas também a continuidade através da herança deixada em vida. A morte como destino irremediável da vida e nova vida após a morte. Um ciclo que se repete ininterruptamente.

Relata tanto o lado negro como luminoso das ligações entre familiares cujas algumas das vivências mais importantes se sucedem num espaço de uma oficina chamado de cemitério de pianos que alberga pianos "mortos" cujas peças vão dar vida a novos pianos.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Francisco Lázaro: a primeira das vítimas do 'doping'


Atleta morreu há 97 anos após sucumbir na maratona dos Jogos Olímpicos de Estocolmo. Ingestão de estupefacientes foi fatal
O maratonista Francisco Lázaro morreu faz hoje 97 anos, durante a primeira participação portuguesa nos Jogos Olímpicos, em Estocolmo 1912 (Suécia). A primeira morte de um atleta durante os Jogos deixou Portugal de luto e impressionou o mundo, como registou a imprensa da época. A autópsia apontou a desidratação e insolação como causas da morte.
Todavia, para Gustavo Pires , professor responsável pela cadeira de Gestão do Desporto da Faculdade de Motricidade Humana e coordenador do Forum Olímpico, "o maratonista não morreu por insolação, inexperiência ou por ter coberto o corpo de sebo antes da corrida, como defedenderam os colegas de comitiva nos Jogos da Suécia". O benfiquista de 24 anos, campeão de Portugal nos 42 195 metros, "foi vítima de uma cultura que aconselhava a prática comum naquela altura, entre os atletas e os ciclistas, uma mistura a que chamava 'emborcação' - essência de terebintina (anastésico) e o ácido acético (vinagre) - como um complemento do treino", recorda.
À sua volta foi criada uma lenda. Lázaro teve um funeral com honras de herói nacional e desencadeou um processo que, decorridos quase cem anos, ainda está por resolver. "Nunca se investigou a sério esta morte. Foi aceite até aos nosso dias a tese, defendida pelos seu colegas em Estocolmo, que o atleta tinha morrido por ter coberto o corpo com sebo, tapando os poros e impedindo a tanspiração. Assim como foi aceite que o Comité Olimpico de Portugal comemerora este anos o 100.º aniversário ,quando os documentos dizem que só o fará em 2012", recorda Gustavo Pires. "Lázaro era um experiente fundista. Tinha triunfado em várias corridas nacionais. Estava acompanhado por pessoas cultas ", acrescenta. "Não existia o conceito de doping de hoje, portanto era natural recorrer a todos os métodos e produtos que melhorassem e aumentassem as capacidades", mas que acabaram por ser fatais para Francis Lázaro", segundo Gustavo Pires.


in dn.sapo.pt

Francisco Lázaro morreu faz hoje 97 anos...


Francisco Lázaro (Benfica, Lisboa, 21 de Janeiro de 1891 - Estocolmo, 15 de Julho de 1912) foi um atleta português. Fez parte da primeira equipa olímpica portuguesa nos Jogos Olímpicos de 1912, em Estocolmo, Suécia, onde participou na prova da maratona. Lázaro desfaleceu durante a prova e veio a morrer poucas horas depois.




Carreira atlética

Francisco Lázaro
1891-1912
Lázaro obteve a sua primeira vitória em 1908, na dita Maratona Portuguesa, uma corrida de 24 km. Em 1909 não competiu, devido a problemas de saúde. Em 1910, triunfou na primeira verdadeira maratona realizada em Portugal numa distância próxima da olímpica (42,8 km), com 2h57m35s, com o 2.º classificado a cerca de 15 minutos. No ano seguinte, Lázaro venceu de novo, desta vez com o tempo de 3h09m57s, passando a ter uma enorme popularidade

O ano olímpico de 1912 começou una nova vitória na maratona, com 2h52m08s um percurso de 42,2 km particularmente difícil que incluía estradas esburacadas e a subida da Calçada de Carriche. Quatro anos antes, nos jogos de Londres, o vencedor da maratona olímpica tinha registado um tempo de cerca de 2h55m. Havia confiança que Lázaro pudesse ter um bom resultado em Estocolmo.

Francisco Lázaro era carpinteiro de uma fábrica de carroçarias de automóveis na travessa dos Fiéis de Deus no Bairro Alto em Lisboa. Não tinha treinador. Após o trabalho, Lázaro corria diariamente de Benfica até S. Sebastião da Pedreira, desafiando, no percurso inverso, os transportes públicos elétricos.


Jogos de Estocolmo
A primeira representação portuguesa nos Jogos Olímpicos era constituída por Armando Cortesão, António Stromp e Francisco Lázaro, no atletismo, os lutadores Joaquim Vital e António Pereira e o esgrimista Fernando Correia, que era também chefe da delegação portuguesa. Lázaro foi o porta-bandeira no desfine inaugural dos jogos.


Última corrida
Francisco Lázaro almoçou às 10 horas do domingo 14 de Julho de 1912. Os seus colegas contaram que estava confiante. Foi levado de automóvel para o estádio, dirigindo-se para o balneário. O calor era sufocante: 32°C. Pouco antes do início da corrida da maratona, Armando Cortesão e Fernando Correia, seus colegas da equipa olímpica, foram procurar Lázaro que ainda não estava junto à partida. Encontraram-no a besuntar-se com sebo. Cortesão e Correia tentaram dissuadir Lázaro e tentaram que ele tomasse um banho, mas não havia tempo. Lázaro foi correr a maratona todo besuntado com sebo, com os poros da pele tapados, o que impedia a transpiração cutânea.

Lázaro começou bem a corrida de na cabeça do pelotão. Os restantes 5 portugueses da equipa olímpica tinham-se colocado ao longo do percurso, para ajudarem e incentivarem Lázaro. Ao km 15, Lázaro era 27.º, com um atraso de 4 minutos para o líder da prova. Ao km 25, era 18º, e seguia de muito perto os homens da frente. Terá dito que estava bem, apenas com sede, tendo bebido sofregamente a água que lhe foi dada. Ao km 35, os colegas Pereira e Stromp aguardavam pela passagem de Lázaro, que nunca mais chegava, deixando-os preocupados. Também alarmados, Cortesão e Fernando Correia, que estavam no estádio, entraram numa viatura e cumpriram, no sentido inverso, todo o percurso, sem encontraram sinal de Lázaro. A triste notícia do abandono de Lázaro foi-lhes dada por António de Castro Feijó, o embaixador de Portugal na Suécia. Ao km 29, na colina de Öfver-Järva, Lázaro tinha cambaleado, caído por várias vezes e por várias vezes se levantado para continuar a prova, até cair para não mais se levantar. Um médico foi-lhe prestar assistência. Aplicou-lhe gelo em plena estrada. Levaram-no para o hospital onde lhe diagnosticaram erradamente uma meningite. Viria a morrer na madrugada do dia seguinte.

A corrida e a medalha de ouro foi ganha por Kennedy Kane McArthur, com a medalha de prata para Christian Gitsham, ambos sul-africanos. O americano Gaston Strobino conquistou a medalha de bronze.

No dia 20 de Julho de 1912, 24.000 pessoas que estava no estádio prestaram as homenagens póstumas a Lázaro como a primeira vítima mortal dos Jogos Olímpicos. Pierre de Coubertin enviou condolências à família Lázaro. O Comité Olímpico Português teve dificuldades finaceiras para transladar o cadáver para Portugal. Isso só viria a acontecer decorridos vários meses após a morte do atleta.


Causas da morte
A autópsia do cadáver, realizada pelo Dr. F. Henchen revelou que a causa da morte foi desequilíbrio hidro-electrolítico irreversível (ou seja desidratação extrema).

A autópsia mostrou também um fígado "completamente mirrado, do tamanho de um punho fechado e rijo, a tal ponto que só se conseguira partir a escopro, como se fosse uma pedra" (Nolasco, 1985).

Segundo Armando Cortesão, um dos colegas de Lázaro nos jogos, Lázaro morreu por vários motivos: primeiro, porque se untou com sebo. Além disso era um dois dois único atletas, num total de 71, a não usar protecção alguma na cabeça contra o sol. A segunda causa relaciona-se com o uso de estupefacientes para aumentar a resistência muscular. Naquela altura, entre os atletas e os ciclistas, era comum usarem uma mistura a que chamava emborcação. Essa mistura era constituída de 4 claras de ovos, 1 gema de ovo, 450ml de água, 700ml de essência de terebentina e 700g de ácido acético. Além disso, Lázaro costumava também tomar estricnina.

domingo, 12 de julho de 2009

sexta-feira, 10 de julho de 2009

segunda-feira, 6 de julho de 2009